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Bala na Cesta

Nada mais importa: Brasil faz hoje o jogo mais importante da década contra a Argentina

Fábio Balassiano

08/08/2012 01h00

São os dois times que menos erram na Olimpíada (os EUA não contam), são dois brilhantes treinadores (e do lado argentino ainda há um Sergio Hernandez como assistente) e um punhado de jogadores espetaculares.

Sobre os duelos individuais, acabei me antecipando lá atrás, quando imaginava um Brasil x Argentina em Londres e já escrevi bastante (leia aqui), mas a partida de hoje é muito mais um "simples" jogo olímpico (se é que existe jogo simples neste tipo de torneio).

Vale bastante para a Argentina, claro, que deseja dar um fim belíssimo a um dos mais vitoriosos e sensacionais times de basquete de todos os tempos. Conquistar uma terceira medalha olímpica de forma seguida colocaria Manu Ginóbili, Luis Scola, Andres Nocioni, Carlos Delfino e Pablo Prigioni em um patamar de idolatria ainda maior no país vizinho. Motivação para os platenses, como se vê, não falta. Pode, é bom ficar esperto quanto a isso, ser o último jogo de Manu com a camisa da seleção.

Mas do lado brasileiro há muita coisa em jogo também. Assim como os hermanos, muita gente que entrará em quadra hoje pode começar a se despedir da seleção nacional (Giovannoni, Alex, Marcelinho e Larry Taylor não são mais garotos) e a impressão que eles vão querer deixar não é, evidentemente, a de ter ido a uma Olimpíada apenas e ter ficado entre os oito. Além disso,

Não é só isso, no entanto. Vale, para o basquete brasileiro, a oportunidade de voltar a ficar entre os quatro melhores times de uma Olimpíada (fato que não acontece desde 1968), a oportunidade de recomeçar a febre por um esporte que estava adormecido há quase 20 anos e a chance de o país começar a plantar coisas muito boas para uma modalidade que, vamos combinar, é pra lá de emocionante e belíssima.

Um pouco disso tudo já pôde ser visto desde segunda-feira, quando muita gente que nunca falou da bola laranja se interessou, comparou Magnano a Mano Menezes, traçou paralelo entre Oscar (o meia) e Huertas e trocou ideias sobre BASQUETE em bares de todo país.

Que o Brasil tenha muita cabeça no lugar para um jogo que pode mudar o rumo do basquete neste país a partir de hoje. Não serei louco de dizer que é a partida mais importante da história de uma nação que já tem campeonato mundial, medalha olímpica e muito mais. Mas seguramente Huertas, Splitter, Varejão, Nenê, Alex, Machado, Caio, Raulzinho, Larry, Giovannoni, Leandrinho e Marquinhos não estarão sozinhos em quadra logo mais.

Quarenta minutos, 12 jogadores, uma grande chance de fazer do basquete um esporte de respeito novamente. Será?

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