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Bala na Cesta

Confederação tenta se explicar sobre problema com visto das seleções femininas

Fábio Balassiano

01/06/2012 11h30

Você que acompanha este espaço viu aqui que divulguei o mico da Confederação Brasileira em relação aos vistos dos Estados Unidos que impediram 15 meninas das seleções Sub-17 e Sub-18 de embarcarem para período de treinamentos. A CBB enviou email para o blog. Reproduzo-o abaixo, conforme pedido da mesma.

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Posição final da CBB sobre o assunto sub-17 e sub-18. Solicita-se a inclusão ipsis litteris:

– O convite foi feito no ano passado, conforme dito em conversa telefônica entre assessoria e blogueiro, mas não foi assinado contrato nenhum à época;

– O "Agreement Term" foi enviado no dia 16 de abril pela USA Basketball;

– O termo foi assinado pelo presidente da CBB, Sr. Carlos Nunes, no dia 26 de abril, após aprovação orçamentária e enviado à USA Basketball já com os horários de saída do Brasil e chegada nos Estados Unidos. O mesmo voltou para a CBB no dia seguinte, assinado pela USA Basketball, confirmando a programação de treinos e hospedagem;

Não há diferenciação entre período de treinos e período de amistosos. Os dois sempre estiveram atrelados. O acordo assinado valia para ambos;

– A CBB orienta todos os atletas, de todas as categorias, a se apresentarem às respectivas seleções com o passaporte e visto americano em dia, para que não ocorram problemas como esse. A CBB auxilia e facilita o processo, principalmente quando se trata de categorias de base, mas isso somente após a convocação – a partir desta data a CBB cuida do processo de obtenção do visto.

A CBB solicitou vistos para todas as atletas imediatamente após a confirmação da programação. Somente no dia 10 de maio recebeu do Consulado Americano o aviso de que o Comitê Olímpico Brasileiro cancelara o Sports Program, que facilitava vistos para atletas. O cancelamento aconteceu no dia 30 de abril.

 – Ainda assim, houve tempo hábil para agendar a emissão do visto americano, através do Consulado Americano em São Paulo, no dia 16 de maio – data disponível mais próxima. A CBB pediu a renovação de visto de doze atletas e três membros da comissão técnica em SP, avisou da urgência da viagem e recebeu o prazo de cinco dias úteis para devolução dos passaportes. Os mesmos permanecem presos no Consulado sem que haja previsão de liberação.

– A delegação foi convocada, então, com as meninas que já tinham visto e se enquadravam numa lista de selecionáveis, com padrão de qualidade de Seleção Brasileira. Dessas 11, três emitiram o visto pela primeira vez no Rio de Janeiro e receberam seus documentos de volta três dias úteis depois.

– Para que não ocorra esse tipo de problema com outras seleções, a CBB tem procurado centralizar os pedidos de obtenção de visto no Rio de Janeiro. Por esse motivo, nove jogadoras da seleção adulta feminina estiveram no Rio de Janeiro, nesta terça e quarta-feira, para obtenção do visto que as possibilite disputar os amistosos de preparação nos Estados Unidos em julho.

COLIN FOSTER – Assessoria de Imprensa / Press Office

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Sem querer dar corda pros caras se enforcarem, eu só faço uma mísera pergunta: se o convite veio no ano passado, como a própria entidade diz, por que diabos a CBB não elaborou uma pré-lista com 30, 40 nomes e pediu para que estas meninas tirassem o visto dos Estados Unidos em janeiro? Quando chegasse o período da convocação (que, aliás, aparece no site da entidade no dia 25/5), as que fossem viajar já estariam com visto, passaporte, tudo. Difícil? Não é coincidência que as palavras 'planejamento' e 'preparação' venham antes de 'resultado' no dicionário. Um dia a Confederação vai refletir e entender isso direitinho…

E só mais uma coisa: quer dizer que a entidade joga a responsabilidade dos vistos para as atletas, é isso? Será que ela, CBB, tem noção que são pessoas menores de idade, e muitas vezes sem conhecer o caminho das pedras para realizar um processo (o do visto) longo e difícil? Que coisa feia, hein…

Ah, pra vocês verem o tamanho do mico que o Brasil está pagando nos EUA, ontem a seleção brasileira, sem as 15 meninas que não tiraram visto, enfrentou as donas da casa em dois amistosos que foram jogados seguidamente. Ou seja: as 11 meninas que viajaram, treinaram e estavam cansadas atuaram por 80 minutos de forma seguida contra as seleções Sub-17 e Sub-18 de um país cuja tradição no basquete vocês conhecem bem. Óbvias e acachapantes derrotas por 80-38 para a U17 e 97-36 para a U18. Que vergonha, não?

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