Topo

Bala na Cesta

Playoffs da NBA: palpites e análises dos confrontos do Oeste

Fábio Balassiano

28/04/2012 10h39

Chegou a ver do Oeste, pessoal. Conferência mais equilibrada, quatro bons duelos, muitos craques. Sem mais delongas, vamos nessa.

SAN ANTONIO SPURS 4 x 2 UTAH JAZZ – Algumas coisas precisam ser ditas aqui: a) O San Antonio Spurs não vai pagar dois micos seguidos ao ser eliminado na primeira rodada pelo oitavo colocado; b) O Utah Jazz não é essa carne assada como muitos colocam; c) Tony Parker (foto) vai destruir na série. Dito isso, vamos lá. Os Spurs têm o melhor banco da NBA (quase 42 pontos em média por partida), mas enfrentarão um garrafão muito, muito forte (Al Jefferson, Paul Millsap e Derrick Favors respondem por 65,3 dos dos 99,6 pontos da equipe) e que abusa das jogadas de post-up (em 17,2% das vezes o ataque do Utah utiliza este recurso).

O que isso quer dizer então? Tal qual Duncan e companhia sofreram contra Randolph e Gasol ano passado, eles sofrerão um bocado este ano. A grande diferença é que Devin Harris não é Mike Conley, a defesa do Utah não é tão boa assim (é a 22ª da liga em pontos por posse de bola do adversário – 0,89), Raja Bell (olha ele aí de novo contra os texanos) já não é mais aquele Raja Bell, falta alguém que pontue com segurança de fora do garrafão (o time tem o quarto pior aproveitamento dos três pontos da liga) e Tiago Splitter (provavelmente titular contra Al Jefferson) está bem melhor em relação a temporada passada. Por isso os Spurs, time que procura sempre um jogador livre para o arremesso (22,8% dos arremessos do San Antonio vêm assim e até por isso o time tem o melhor aproveitamento de três pontos da liga com 39,3%), avançam – mas sofrerão um pouco.

PARTICIPEI DE UM PODCAST COM VITOR SERGIO RODRIGUES – CLICA AQUI E OUVE SÓ

OKLAHOMA CITY THUNDER 4 x 2 DALLAS MAVERICKS – É a reedição da final do Oeste do ano passado, mas as condições mudaram bastante. O Dallas parece realmente um time em fim de ciclo (Jason Kidd, quase quarentão, fez a pior temporada de sua carreira – natural, claro) e a defesa que era uma das fortalezas virou uma peneira (de primeira da NBA passou para a décima, levando 0,86 pontos por posse de bola, e sofrendo bizarramente para deter jogadas de isolamento e picks – grande qualidade de um elenco que conta com Tyson Chandler).

Do outro lado estará um time que quer conseguir o que Dirk Nowitzki e companhia já conseguiram, que já joga junto há uma temporada com este esquema de Ibaka-Perkins no garrafão e que conta com um trio de ferro formado por Kevin Durant, Russell Westbrook e James Harden (somaram quase 60 pontos dos 103 do time na fase regular). Além do estado atlético (os Thunder estão voando, e os Mavs parecem cansados), o Oklahoma tem o segundo melhor ataque da liga (0,96 pontos por posse de bola), o que melhor faz picks na NBA (0,89 pontos por posse de bola utilizando esta jogada) e o segundo melhor em jogadas de isolamento (0,87 pontos por posse e quase 42% de aproveitamento em uma jogada que os texanos não conseguem marcar muito bem). Por isso tudo acho que Scott Brooks leva seu time para a segunda rodada.

PARTICIPEI DE UM PODCAST COM VITOR SERGIO RODRIGUES – CLICA AQUI E OUVE SÓ

LOS ANGELES LAKERS 4 x 3 DENVER NUGGETS – O Denver tem o melhor ataque da NBA (104,1 pontos e seis jogadores que marcam dez ou mais pontos – um deles o calouro Kenneth Faried, o cabeluro que empolgou os Nuggets a tal ponto de trocar Nenê). O lado coletivo é realmente empolgante (são 24 assistências por jogo – melhor índice da liga), mas o que sobra no Lakers talvez ainda falte na franquia do Colorado.

O Denver defende muito mal as jogadas de isolamento (0,81 pontos por posse de bola – 9º pior da NBA), e é aí que Kobe Bryant (o cidadão aí da foto) pode levar vantagem. O segundo maior cestinha da temporada terá um pouco de dificuldade contra Wilson Chandler (lesionado) ou Afflalo, mas não acho que seja suficiente para deter os Lakers na primeira rodada, não. Os angelinos seguirão usando suas jogadas de post-up (de costas para a cesta saem 20,5% das posses de bola do time e 46% de acerto – maior índice da NBA) e não serão parados agora.

LOS ANGELES CLIPPERS 4 x 3 MEMPHIS GRIZZLIES – É o confronto mais difícil para palpitar, sem dúvida alguma. É o único duelo sem título da NBA/ABA envolvido, e cujos confrontos diretos parecem sensacionais (Chris Paul x Mike Conley, Caron Butler x Rudy Gay, Blake Griffin x Zach Randolph e DeAndre Jordan x Marc Gasol). O fator casa poderia ajudar os Grizzlies, mas eu sinceramente creio que Chris Paul tenha alguns coelhos guardados para os playoffs. O começo da temporada dos Clippers foi ótimo, depois o time caiu um pouco e acho que chegou a hora de vermos qual o real estágio dos californianos.

Em minha análise, Griffin crescerá, Chris Paul jogará em alto nível e os coadjuvantes ajudarão os Clippers a avançar em sete jogos.

E você, concorda com as minhas análises? Qual o seu palpite? Caixinha aberta pra você!

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.