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Bala na Cesta

Terminou o All-Star Weekend - de verdade, alguém ainda liga pra isso?

Fábio Balassiano

27/02/2012 11h50

Terminou ontem o Jogo das Estrelas. O Oeste venceu o Leste por 152-149, Kobe Bryant anotou 27 pontos e se tornou o maior cestinha do evento e Kevin Durant, com 36, foi coroado o melhor jogador da partida. No sábado, Kevin Love venceu o torneio de três pontos, e Jeremy Evans, do Utah, o concurso de enterradas mais insosso da história da NBA. Coloco a foto de Evans apenas para registro, pois o rapaz joga 5,6 minutos por partida na atual temporada e quase ninguém o conhece.

Assim, sem querer ser chato, mas vale a pena perguntar: alguém realmente curtiu o final de semana das estrelas da NBA (o famoso All-Star Weekend)? Sério, eu sei que sou meio chato, reclamo de tudo, mas eu não consigo mais ver a menor graça no que acontece ali. Não está, necessariamente, no meu espírito competitivo o problema, mas sim nas atrações que por lá acontecem.

O concurso de enterradas é algo deprimente, triste. Pouco pelo que os participantes fazem – muito por quem são os participantes. Colocaram jogadores desconhecidos, como se estar ali fosse algo menor, algo que desqualifica qualquer grande estrela da NBA – e, claro, os agora jogadores de primeira linha rejeitam estar ali, como se fosse um demérito atroz. Não é assim, e Michael Jordan, Julius Erving e Dominique Wilkins, lendas do basquete (estes sim!), mostraram o contrário. No ano passado, Blake Griffin ganhou a competição por fazer merchan com a montadora de carros. Neste, Jeremy Evans triunfou por causa de uma cravada que se repete há 20 anos. Mala, não?

E os jogos? Na sexta-feira, a liga tentou usar o carisma de Shaquille O'Neal e Charles Barkley para dar graça ao duelo entre calouros e atletas do segundo ano. O resultado? A pior audiência em uma sexta-feira de All-Star nos Estados Unidos em toda a história. E o jogo entre as duas conferências? Nada muito animador (para piorar, os Lakers ainda podem ter perdido Andrew Bynum, que jogou seis minutos e saiu machucado).

Qual é a saída? Trazer um mínimo de disputa com os atletas é uma alternativa (se não me engano, no baseball a vitória no Jogo das Estrelas vale mando de quadra na final). Trazer mais o verdadeiro fã de basquete para dentro do All-Star Weekend é outra (pelo que temos visto ultimamente, virou muito mais uma festa em que artistas do hip-hop e televisão aparecem do que qualquer outra coisa). E por aí vai.

Do jeito que as coisas estão, a pergunta ali de cima, do título do post, fica quase sem resposta. Quem ainda liga para o All-Star Weekend?

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