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Bala na Cesta

Sobre a CBB: 11 torneios de base não realizados em dois anos - é normal?

Fábio Balassiano

22/12/2011 00h30

Confesso que me choquei quando abri o site da Confederação Brasileira de Basketball na tarde de ontem e li a seguinte notícia: "Em razão do fechamento de 2011, informamos que a CBB encerrará as atividades no dia 22 de dezembro e retornará ao horário normal no dia 02 de janeiro de 2012". Tipo assim: uma entidade privada, é verdade, mas bancada com dinheiro público (lembre-se, é o seu dinheiro), fecha as suas portas por incríveis sete dias úteis. Bacana, não?

Mas não é tudo, obviamente. A entidade surpreende ao divulgar uma nota sobre o seu "planejamento" de 2012 (e, não, lá não consta mais uma demissão de técnico por parte de Hortência na seleção feminina). Vejamos: um motivo de surpresa é sobre a Escola Nacional de Treinadores, que planeja "oito cursos de formação de treinadores". Lembro, apenas, que este ano deixou-se de se realizar um curso em novembro/dezembro – mas, obviamente, a classe dos técnicos, tão "unida" para evitar e ironizar as críticas, preferiu se calar (assusto-me, também, ao constatar que Paulo Bassul, logo ele, tão combativo e crítico do sistema, é o novo coordenador da ENTB).

De todo modo, ainda não é o suficiente em se tratando de CBB. O mais impressionante é constatar que os Brasileiros de base foram solenemente retirados do calendário e do release da entidade. Leia só: "serão realizadas as três divisões dos Campeonatos Brasileiros Sub-15 e Sub-17". Aí, como quem não quer nada, fui olhar nos dois únicos calendários disponíveis no site da entidade, nos arquivos balassianos (aqui e aqui há uma parte) e verifiquei o seguinte: entre 2010 e 2011, a Confederação Brasileira deixou de realizar 11 (eu disse onze!) campeonatos (todos os Sub19 – masculino e feminino – e o Sub17 da segunda divisão no ano passado).

Dou, de verdade, um desconto para o presidente Carlos Nunes (foto) em relação a 2009, ano de sua posse, mas não posso deixar de achar lamentável que a última categoria antes do adulto foi solenemente esquecida pela entidade máxima do basquete brasileiro. Lembro, também, que na sua plataforma de campanha o ponto mais lembrado foi o trabalho nas divisões de base (nem falo mais de transparência, hein). Mas, pelo visto, na prática a teoria é outra.

Agora me respondam: é possível acreditar em dias melhores para o basquete brasileiro assim?

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