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Bala na Cesta

A estreia e o que está por vir com a seleção masculina no Pré-Olímpico

Fábio Balassiano

31/08/2011 01h00

Acabei de ver a estreia do Brasil (sim, há exatos 15 minutos – e nem acho que jogou tão mal assim, mas jogou errado e jogou o jogo do rival). Sei que o a vitória contra a Venezuela (92-83) já foi amplamente debatida na caixinha de comentários aqui embaixo, mas há algumas coisas importantes. Houve, sim, pontos positivos (muitos): cinco atletas saíram com 11 pontos ou mais, houve 22 assistências nos 35 arremessos convertidos (62,8%), a recuperação no último período foi fantástica (26-14), Tiago Splitter (foto) foi muito bem (17 + 11) e a defesa no segundo tempo foi muito bem (como na preparação). De todo modo, acho que é inegável que a seleção não fez uma partida muito boa (e isso até o Rubén Magnano disse).

Acredito muito que uma estreia mexa com os nervos de todo mundo. Mas acho que não custa lembrar que o adversário também fazia a sua primeira partida na competição, né. Portanto, se há "síndrome da estreia", comentada aqui há uns três dias, há pra todo mundo (em que pese o fato de ser franco-atirador o time rival). Em termos táticos, um problema grave que Rubén Magnano não conseguiu resolver ainda (e isso foi amplamente debatido aqui nos amistosos), a transição defensiva, ontem deixou clarões incríveis e possibilitou aos venezuelanos um punhado de cestas sem marcação. Além disso, as rotações, que haviam melhorado, voltaram a falhar – houve uma série de buracos imperdoáveis, que geraram infiltrações, pontos fáceis e uma série de arremessos livres para os rivais. Foi assim que Greivis Vasquez, ótimo jogador do Memphis, se refestelou com 26 ponto e sete passes.

No ataque, a condução brasileira foi "aloprante" – e muitos arremessos foram forçados. Rafael Luz entrou bem, mas sinceramente achei o ritmo, principalmente de Marcelinho Huertas, acelerado demais – e para um rival que queria que o Brasil corresse, tudo o que o time não poderia fazer era… correr. Imprimir velocidade é bom, mas saber dosá-la é melhor ainda. Além disso, as oscilações precisam ser melhor dimensionadas pela comissão técnica. Em um jogo decisivo, ficar cinco, seis minutos sem pontuar (primeiro e segundo períodos) pode ser fatal.

De todo modo, e por mais que o diagnóstico seja duro, a vitória veio, e é bem melhor começar mal vencendo do que começar mal perdendo. Mas é bom abrir o olho para que os erros da tarde de ontem não sejam repetidos – principalmente contra adversários que brigarão, de fato, pela vaga olímpica.

A questão fundamental, porém, é uma só: como se comportará a equipe nesta quarta-feira (20h30, com transmissão do Sportv, do Esporte Interativo e da ESPN) diante do Canadá, que estreia na competição? Haverá evolução? Comente na caixinha!

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