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Bala na Cesta

Sobre as restrições de Magnano nos treinamentos da seleção

Fábio Balassiano

10/08/2011 11h45

Sei que este é um assunto difícil de ser discutido em poucas linhas, mas vamos lá. Daniel Neves, aqui do UOL, publicou hoje reportagem sobre a série de restrições que Rubén Magnano tem imposto em seus treinamentos. O argentino marca os dias e horários em que os treinadores podem ir lá e assistir. Simples assim. Para a imprensa, então, apenas os 15 minutos finais estão reservados. Para piorar a situação, Larry Brown, técnico campeão da NBA e da NCAA, acabou criticando a atitude de Magnano também: "Meus treinamentos sempre foram abertos a qualquer outro técnico que queira assistir. Esta troca de informações é muito importante. Alguns treinadores nos EUA também fecham seus treinos, mas acho isso uma bobagem".

Acho que ninguém precisa falar sobre a capacidade de Rubén Magnano como técnico, e acho que ele tem o seu método de trabalhar. Como o próprio Brown disse, há técnicos na NBA que não permitem a presença de ninguém. Certo ou errado, é assim que acontece. Eu só acho, sinceramente, que a Confederação Brasileira deveria zelar mais por um produto que é seu (o produto basquete brasileiro). Magnano já possui uma restrição natural por ser estrangeiro (vocês lembram como foi o começo de Moncho Monsalve por aqui, recheado de declarações polêmicas e tudo mais), e acaba levando uma imagem de antipático ainda maior por uma atitude como esta – que é endossada pela entidade máxima.

Como bem lembrou Guerrinha, de Bauru, o basquete é de todos, e a CBB precisa definir melhor quais são as atribuições de seus funcionários – técnicos, diretores, coordenadores e assistentes. Se todo mundo reclama que os treinadores do país são defasados, é pouco inteligente fechar as portas de treinamentos de um campeão olímpico. Sendo mais claro: se o objetivo da contratação de Magnano fosse gerar resultados e ajudar o basquete brasileiro a evoluir como um todo, as práticas deveriam ser mais do que abertas – deveriam ser incentivadas para que os brasileiros estivessem lá e trocassem informações com o argentino.

Do jeito que está, parece que a única intenção de ter Magnano por aqui é conquistar a vaga olímpica e estar perto das seleções. O que, vamos combinar, é muito pouco, já que quem "faz" o basquete brasileiro no dia-a-dia ainda são os clubes e técnicos daqui.

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