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Bala na Cesta

Promessa, Damiris quer brilhar no Mundial Sub-19

Fábio Balassiano

20/07/2011 00h45

O time que estreia amanhã contra a Espanha no Mundial Sub-19 tem em Damiris o seu porto-seguro. Aos 18 anos e com 1,92m, a ala-pivô não é apenas a mais alta atleta da equipe, mas também uma das líderes técnicas e provavelmente a mais experiente do elenco (ela esteve no Mundial adulto na República Tcheca ano passado, quando registrou as médias de 5,7 pontos e 4,2 rebotes – se serve de bom presságio, foi contra a própria Espanha que ela estreou, no dia 25 de setembro de 2010, e com direito a um duplo-duplo de dez pontos e rebotes em 27 minutos de uma atuação de tirar o fôlego).

Natural de Guaianazes (SP), Damiris tem mais uma daquelas histórias de luta que o esporte brasileiro se acostumou a conhecer. Após jogar vôlei e futebol, a altura acabou levando-a para o basquete. Já com mais de 1,80m aos 15 anos, a menina que enfrentava quatro horas diárias em viagens de trem passou a treinar no Instituto de Janeth Arcain (em Santo André) e passou a colecionar sucessos.

De seu começo até hoje vieram títulos com a seleção brasileira (campeã Sul-Americana Sub-17 em 2009 com média de 19,6 pontos, e dos Jogos Sul-Americanos no ano seguinte), uma experiência no exterior (ela atuou na Espanha em 2008), troféus com seus clubes (os Paulistas juvenis com Jundiaí, sua atual equipe, estão na estante) e um punhado de elogios (Ênio Vecchi também a chamou de 'jóia' e Hortência sempre guarda palavras carinhosas a quem pode, no futuro, recolocar o basquete brasileiro no primeiro escalão do basquete mundial).

Confira o bate-papo com a simpática-e-tímida Damiris, mais uma revelação que está na seção "Muito Prazer".

BALA NA CESTA: Você é a jogadora mais alta e uma das líderes do elenco que vai ao Mundial Sub-19. Como está a sua expectativa para a competição?
DAMIRIS: Tivemos uma boa preparação, estudamos e trabalhamos o nosso jogo. Portanto a expectativa é boa. Temos um bom grupo e acredito muito nesse trabalho. Queremos marcar positivamente a nossa geração, começando com esse Mundial Sub-19 no Chile.

— Para quem vai começar a te acompanhar a partir de agora, você conseguiria falar de suas principais qualidades e pontos a melhorar?
— Luto bastante pelos rebotes e tenho evoluído nos chutes. Mas ainda tenho muito o que melhorar. Sou nova e tenho bons profissionais ao meu lado. Isso tudo vai me acrescentar lá na frente.

— Você, de origem, é uma ala-pivô (posição 4), mas provavelmente terá que atuar em muitos momentos na posição de pivô (5). Como será isso pra você? É algo que você conversa com o Tarallo a respeito?
— Jogo nas duas posições sem problemas. A comissão técnica sabe o que faz e eu jogo na melhor posição que eles decidirem. O importante é que sempre tenho alegria de jogar. Essa é a minha maior motivação.

— Depois do Mundial você se apresenta à seleção adulta do Ênio Vecchi. Já parou para pensar como será novamente jogar na adulta já que você esteve no Mundial de 2010?
— Fiquei muito feliz com a convocação. O mais legal de tudo é que tanto o Ênio quanto a Janeth acompanham de perto todo o nosso trabalho. Ou seja, há essa integração que é importante para o nosso futuro. Mas no momento estou 100% focada no Mundial Sub-19.

— Um dos pontos que mais preocupam os novos talentos é a transição base/adulto, já que há poucos times para se jogar – e quando há, falta espaço para as jovens atuarem. Isso também te preocupa? O que você pensa sobre isso?
— Toda transição gera uma dificuldade inicial, mas faz parte do processo de aprendizado. Só penso em aproveitar todas as oportunidades, da melhor maneira possível para, aí sim, poder conquistar o meu espaço. Estou muito feliz com tudo o que vem acontecendo e aos poucos as coisas vão acontecer pra mim.

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